
Além dos fatores de praticidade e liberdade de movimento, é importante considerar que a escolha por uniformes mais ajustados e reveladores, como calcinhas, maiôs… roupas muito curtas, no vôlei feminino também pode ter sido influenciada por estratégias de marketing. Durante as décadas de 1980 e 1990, com o aumento da visibilidade do esporte e a busca por novos patrocinadores, algumas entidades de vôlei podem ter adotado esse tipo de uniforme com o objetivo de atrair tanto os fãs do esporte quanto um público mais amplo, seduzido pela estética do corpo feminino em trajes visualmente chamativos.
Embora a principal justificativa tenha sido a necessidade de trajes mais funcionais, o marketing do esporte também pode ter desempenhado um papel importante na popularização dessa escolha, o que contribuiu para o “boom” de popularidade do vôlei feminino, especialmente em nível internacional.


7. A Mini Saia (Skort) e a Expressão Visual no Vôlei Feminino



Dentro da evolução dos uniformes femininos no vôlei, uma peça que chama atenção é o skort — um modelo técnico que combina a aparência de uma saia com a estrutura de shorts embutidos. Popularmente chamado de “mini saia por cima do shorts”, o skort oferece uma estética mais feminina, sem comprometer a liberdade de movimento exigida pelo esporte.
Embora não seja comum em competições internacionais organizadas pela FIVB (como Olimpíadas, Campeonatos Mundiais ou torneios CEV), seu uso é permitido pelas regras, desde que a vestimenta atenda aos padrões de uniformização, identificação visual e mobilidade. Ainda assim, o que se observa na prática é que o skort aparece majoritariamente em ligas nacionais — com destaque para clubes brasileiros como Brasília Vôlei e Gerdau Minas, além de algumas equipes italianas e russas em seus respectivos campeonatos internos.

Por Que Algumas Equipes Optam Pelo Skort?

Para estes clubes o skort vai além do apelo estético — envolve decisões estratégicas relacionadas à imagem da equipe, à cultura local e à influência de patrocinadores. Em certos contextos, o visual mais feminino da peça pode ser visto como uma valorização da identidade das atletas, ampliando a variedade de estilos possíveis sem comprometer o desempenho.
Para algumas jogadoras, o uso da mini saia sobre o shorts representa mais conforto psicológico ou uma preferência pessoal por maior cobertura, além de contribuir com o design visual do time. Já para os clubes, pode se tratar de uma forma de se destacar visualmente dentro da liga, reforçando a identidade do projeto esportivo.
Embora não se trate de uma tendência dominante no cenário internacional, a presença do skort é um exemplo claro de como o uniforme no vôlei feminino pode evoluir, respeitando o desempenho atlético e, ao mesmo tempo, abrindo espaço para diversidade estética e cultural nas quadras.